Casamento no Sertão
Esta história,
Esta história,
é sobre um cara com uns oreião,
um cara sem-cabeça,
e um cara bonitão.
Também tinha o Zé da Penha.
E um grande eletricista,
que fazia de tudo,
de engenheiro à pianista.
Isso tudo aconteceu,
no sertão da Paraíba
onde todos bebem,
muita Sagatiba.
Bima, o eletricista,
consertava uma telha.
E isso irritava,
o chato do Zé Orelha.
Então ele contratou
o advogado sem cabeça
encontrou seu cliente,
na terça.
“O Bima me encomoda”
Falou o ze orelha
“Fica sempre fazendo barulho
E consertando telha.”
O Oreiudo explicou a situação,
mas o advogado
se recusou a ajudar
e depois se explicou:
“Não posso te ajudar
Por que amo o Bima
E eu quero
Partir para cima”
O Oreiúdo contratou o Zé da Penha
Para matar o Bima,
Montou um plano
para esquentar o clima.
“Vou matar o disgraçado
Que fica te irritando
E depois vou viver minha vida
E sair pelo mundo cantando”
O faz-tudo por sua vez
contratou um atirador
para matar Zé Orelha
com um espanador
“Senhô atirador
Faça-me um favor e mate aquele idiota
Depois nois sai,
Pra comer tapioca”
“Odeio aquele cara
E odeio aqueles orelhão
Por isso vou mata-lo
E arrancar seu coração (ou com: um tiro de três oitão)
Um dia os dois se encontraram
Um de cada lado da rua
Se entreolharam
Sob a luz da lua
Os segurança logo levantaro as arma
Agradeceram o Deus da Guerra
O Deus da cachaça
E à Mãe Terra
Os dois atacaro ao mesmo tempo
Mas só um morreu.
Era a vez do Oreiúdo,
Que se foi naquele breu.
No outro dia o advogado
Se casou com Bima
O Oreiúdo na festa estava,
Acompanhando lá de cima.
A história aconteceu no centro do Sertão
Perto da cidade
De São Sebastião
Tudo se acabou com muita simplicidade
Bima e o Advogado adotaram cinco filhos:
Guilherme, Pedro, Afredo, Tommy e Carlos
Todos trabalhavam no circo
Fazendo espetáculos